domingo, 6 de abril de 2014

Tudo bem.


Tá aqui o maior presente que eu acho que você pode se dar. Viu? Não entendeu? É esse aí, ó.

ACEITAÇÃO.

Passamos muito tempo imersos na sociedade, e por mais que tenhamos uma sido criados de maneira livre, em alguma parte do tempo ouvimos aquela ingrata afirmação de "Não faça isso" "Não Faça aquilo" "Isso está errado!" "Você é feio!", dentre outras.

Para muitos, pouca é a parte do tempo em que ouvimos "Que bonito" "Legal, gostei!" "Tudo bem".

Tenho que dizer que esse post tem um caráter muito pessoal para mim, pois a minha infância foi particularmente traumática nesse aspecto. Durante a infância me vi rodeada de pais críticos. "Pára com isso" "Deixa de ideia" e "Pato novo não mergulha fundo" eram frases que eu ouvia constantemente. E isso fez toda a diferença na minha vida. De maneira não muito positiva. Positiva porque eu aprendi com isso como me sinto quando ouço isso (não bem) e vi que isso faz parte de muitas pessoas na sociedade e é disseminado quase que por osmose, sem que percebamos muito o que eles fazem e o que fazemos em relação a isso.

"Aceitação radical" em alguns momentos faz bem, e digo mais, faz MUITO bem.

Experimente pegar a frase que representa aquilo que você acha estranho você fazer e diga ela e depois aplique-a após a expressão "tudo bem".

Exemplo: Tudo bem comer macarrão com almôndegas na banheira.









































Agora faça com algo que te incomoda no dia-a-dia:

TUDO BEM _______________________________________.

Tudo bem acordar tarde.
Tudo bem chegar atrasado no trabalho.
Tudo bem ter insônia.
Tudo bem ter vergonha de se apresentar em público.
Tudo bem suar pela testa.
Tudo bem se apaixonar por alguém que não conhece.
Tudo bem ter medo de não melhorar quando fica doente.
Tudo bem ter medo.
Tudo bem gostar de chocolate.
Tudo bem brigar com o melhor amigo.
Tudo bem se sentir sozinho.
Tudo bem chorar.
Tudo bem falar sozinho.
Tudo bem cantar.

Ei, não estou fazendo apologia a nada, mas me diga como você se sentiu após repetir essas frases e colocá-las nas suas situações pessoais.

Dá um alívio, não dá?

Não sei, dar um grito, jogar os braços pra cima, fazer algo espontâneo.

Não é segredo nenhum que vivemos numa sociedade que nos tensiona e nos testa nos seus vários aspectos.

E quem se sai melhor? Aquele que se pressiona até parar de funcionar ou aquele que leva as tarefas de maneira lúdica? Ou ao menos atenta e receptiva?

E quando percebemos que tudo que existe na humanidade é uma questão de perspectiva? O que pode ser um problema pra um pode ser a solução do outro? Qual a MELHOR perspectiva? Qual a melhor maneira de ver?

Pra mim a aceitação é uma das melhores maneiras de se ver qualquer coisa.

Não vou mentir, eu sinto que sou tensionada na maior parte do meu dia. Criticas da mãe, críticas do pai (ainda hoje), ônibus cheio, quase todos os dias, sol quente misturado com ar-condicionado gelado, tarefas como trabalhos com data definida e a verdade de só fazê-los quando se aproxima a data de entrega. Engarrafamento, amizades desfeitas, prazos, dores no pescoço e nas costas, falta de dinheiro, problemas familiares, doença.

Mas quando eu digo "-Tudo bem!" pra tudo isso EU ME SINTO LIVRE.

Eu sinto que pra cada coisa existe uma perspectiva e que para tudo também existe uma saída, basta mudar a maneira de pensar e estar disposto a ver o que você via antes de um novo ângulo. E que a vida é cheia de criação. Deus cria através de si mesmo, da natureza, da energia original, de sua inteligência organizadora e através de nós (sua creação) TODOS OS DIAS.

Ler essa sentença (acima) não muda sua maneira de ver a vida?

Quando nos aceitamos nos sentimos bem em relação ao mundo, porque apesar de não demonstrar, todos queremos ser aceitos, porque nos sentimos bem quando isso acontece. Não é? É gostoso ser aceito, você se sente bem por dentro, se sente mais completo. Sente que a interação com o mundo faz sentido. Mesmo a interação consigo mesmo.

Abro um parênteses para uma reflexão em outro pensamento: Se sentir livre nos faz sentir bem também, não?

Aceitação nos faz sentir-nos livres. Livres para fazer, livres pra ser, livres pra criar, livres pra imaginar, livres para agir, livres para encontrar saídas, livres para voar. E liberdade é a nossa natureza, mesmo que na forma de desejo quando estamos presos. Ela nunca foge à mente. Sempre lá, aguardando seu momento. É isso que somos, é isso que queremos.

É isso por enquanto. Talvez eu diga mais, mas por enquanto é isso mesmo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário